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O quanto você confia na internet?

Ontem ao comprar um produto pela internet com apenas um clique, lembrei da primeira compra que fiz online. Na época era um dos produtos mais vendidos, o famoso MP3 .

Ontem ao comprar um produto pela internet com apenas um clique, percebi as informações que diversas empresas tem sobre mim:
– Meu endereço completo;
– Meu nome completo;
– CPF;
– Meus cartões de crédito;
– e todo meu histórico de navegação.

Ontem ao comprar um produto pela internet com apenas um clique, em época de Cambridge Analytics, manipulação de eleições e uso abusivo de dados por parte das empresas fiquei tranquilo e aceitei toda essa coleta de dados.

A balança da privacidade só muda quando o benefício é inferior ao “risco”, e como o “risco” é de difícil mensuração quase nunca essa equação é favorável a sua privacidade.

A situação fica mais difícil ainda quando percebemos que as manipulações que sofremos todos os dias são invisíveis, raramente percebemos que estamos sendo conduzidos por uma narrativa ou estamos presos em uma bolha.

Se por um lado as redes sociais e a coleta de dados revolucionaram o marketing, mudando o foco das mídias tradicionais para as mídias digitais e gerando milhares de novos empregos, por outro estamos matando o nosso poder de argumentação.

Ao confiar na internet delegamos as decisões sobre a nossa vida, não somos nós que decidimos quais noticias, quais fotos, quais amigos iremos seguir e sim as empresas. Junte isso a um país polarizado, uma eleição e uma população que confia na internet e a bomba está armada.

Ontem ao comprar um produto pela internet com apenas um clique, tendo noção de tudo que relatei, continuo confiando na internet, bem menos que ontem e mais que amanhã.

“Quando você não paga pelo serviço, o serviço é você” (autor desconhecido)

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